II Encontro dos Toyoteiros

 

Relato e fotos de Augusto Proença



    Como estava em férias (finalmente!!!) eu e a Má estávamos decididos à conhecer a região do Sul de Minas, a idéia inicial era sair na terça feira pela manhã, mas devido à uma série de imprevistos só foi possível sair na quinta feira...

    Como tinha um encontro marcado dos Toyoteiros lá em Aiuroca, alguns dias antes pedi licença aos participantes para me intrometer com meu Samurai, choveu e-mails dizendo que eu seria bem vindo e como eu sou um cara de pau de primeira aceitei esse convite.

    Mas, dois dos e-mails me chamaram muito a atenção, um cara que eu nunca tinha visto, só tinha trocado algumas mensagens me convidou para pousar no sítio do pai dele em Estiva (MG) esse “cara” é o Adalton que junto com sua noiva a Elaine nos receberam em estiva, mas isso eu conto mais tarde. A outra mensagem que me espantou foi de outro cara lá da Bahia me convidando para almoçar em Pouso Alegre (MG) às 12:00 de quinta feira, um soteoporolitano arretado chamado Marvilla (eu fiquei pensando...caramba!! o que faz um sujeito sair de Salvador para vir em Aiuroca, e ainda passar batido e ir até Pouso Alegre para voltar novamente em Aiutoca? Eu mesmo descobriria a resposta mais tarde. Depois de muitas mensagens trocadas decidimos nos juntar ao chamado “Comboio do Pão de Queijo”, que partiria na sexta feira cedo de Pouso Alegre rumo a Aiuroca.

 

    O plano então era encontrar o Marvila em Pouso Alegre ao meio dia da quinta feira (parece coisa de filme de bang-bang) e, após o almoço encontrar o Adalton em Estiva. Desta forma às 9h00 da manhã de quinta feira e já estávamos na estrada (Rodovia Fernão Dias ) logo no início, devido à uma solicitação de “pits stop” da minha navegadora, parei naquele último posto BR antes da subida da serra da Cantareira para Mairiporã..

    Ao sair do posto pelo acostamento, ganhando aceleração do Samucão para entrar na faixa da Rodovia (quem tem um samurai com pneus ’31 sabe do que eu estou falando ) um monza subitamente sai para o acostamento e vem em direção à minha traseira , eu joguei o carro para o centro da pista, o monza passou pelo acostamento e pela minha esquerda passou zunindo uma Toyotinha azul... 

     Um pouco antes do túnel da mata fria eu consegui alcalçá-lo e a cena a seguir foi cômica: os dois manés berrando um para outro: “ Ei quem é você??? Augusto!!!! Quem?????? Francisco? Nãoooooooo! Augusto!!! O que????? Heim???? Foi quando me ocorreu (depois de muitos berros ao volante....rs!) que as duas viaturas tinham PX instados, eu mostrei o Mike para o sujeito e iniciamos o papo pelo rádio de forma mais prática e menos cômica...

    Foi então que eu descobri que o tal sujeito da Toyota azul era justamente o Adalton, e como dizem os mineiros: “etâ mundão piqueno sô!!!” , rapidamente, decidimos seguir para Pouso Alegre para almoçar com o Marvila , mais ou menos em Extrema recebemos uma ligação do Marvila dizendo que estava muito atrasado e não chegaria para o almoço... Então fomos eu, Marilda, Adalton e Fernanda para Pouso Alegre, almoçar mesmo sem o Marvila (quem me conhece sabe que eu não recuso convites gastronômicos ...rs!).

    Saboreamos uma deliciosa comidinha mineira no restaurante “O Caipira” com direito a “torresmim”, “feijão tropeirim”, “queijim”, e todas as mineirices possíveis.


    Em seguida, rumamos para o sítio do pai do Adalton em Estiva. Chegando lá conhecemos o centro da cidade. 

     E o Adalton nos guiou num passeio muito bonito por estradinhas da região, 
na seqüência, chegamos no”sítio” do pai dele... Sítio é só no nome!!!!! Trate-se de uma fazenda com sede daquelas bem antigas, portas altas, janelas de duas folhas de madeira, fogão à lenha, totalmente restaurada, uma mordomia só!!!! Fomos tratados como reis (com exceção feita ao cachorro de lá, que queria morder a mina canela de todo jeito...rs!) . 


         Após uma “produtiva” pescaria no lago , saboreamos um filé na pedra, feito no fogão à lenha (detalhes do filé na pedra, favor entrar em contato com o Adalton) e fomos dormir, afinal o dia seguinte prometia !!!! 

       Acordamos na sexta “cedim” com muito nevoeiro e um friozinho de lascar e, após o café da manhã (é lógico que tinha um “queijim”, afinal estávamos em Minas, sô!!!), partimos para Pouso Alegre, chegamos lá às 8h00 e encontramos o “seu” (senhor é coisa de paulista, lá em Minas é “seu”) , então seu José Hajj, com a família e a lendária Toyotice. Também o Marcelo "Montanhista", que dirigiu a noite toda de Curitiba até Pouso Alegre, chegando apenas à uma hora antes...(o que será que faz alguém dirigir a noite inteira assim????) Tinha também o Marvila e esposa pedindo mil desculpas por não ter comparecido no dia anterior, mas ainda faltava alguém... alguém que justamente mandou um e-mail dizendo: “ olha aí minerada!!! Mineiro não perde o trem quero ver “oceis” em PousoAlegre às 8h00 da manhã heim!!!” Pois é, com uma hora de atraso chegou o Samuel com a namorada e um “casal de zequinhas” praguejando sobre o estado da estrada de Poços de Caldas à Pouso Alegre. Completei o tanque do Samucão e seguimos pela Rodovia Fernão Dias no sentido de Três Corações. 

    Com uma parada no restaurante “ O Bistecão” , encontramos o Augusto de Goiânia (isso mesmo o que você leu aí Goiânia!!!) que trouxe toda a família, o que me fez pensar, o que leva alguém a vir de Goiania com toda a família numa bandeirantes até Três Corações???? Tinha também o Duda, que seria o nosso “guia” até Aiuroca. 

    Rumamos para São Tomé das Letras, (cidade onde acontece muitas coisas esquisitas como o fato de coca cola não querer entrar no copo, um tipos muuuuuitos estranhos cheios de paz de amor e de “ai biiicho”) numa estrada asfaltada de visual deslumbrante (aliás visual deslumbrante é o que não faltou neste passeio ... 
 

Almoçamos no restaurante Massaroca e partimos, com muita dificuldade para arrastar a Marilda que queria comprar toda espécie de lembrancinha e badulaques transcendentais. 

    Destaque para as casas de pedra, para o chão de pedra, para os muros de pedra, e para o “coração de pedra” ;-) do Duda, o único solteiro do grupo que não quis levar duas gatinhas da cidade que queriam acompanhá-lo no passeio. 

    Abaixamos a calibragem dos pneus, onde descobri que meu calibrador de R$ 1,99 têm uma margem de erro de quatro libras ;-), e partimos para Aiuroca por estradinhas de terra com visual... adivinhem???? Deslumbrante!!!! (epa! escutei alguém aí dizendo que deslumbrante é coisa de Boiola?? ;-) 

    Algum tempo depois, muitas chacoalhadas depois, muita poeira depois, já começávamos a ver pico do papagaio, mal sabia eu que o veria de muito, mas muito mais perto. Um tempinho depois e já dava para ver a cidade lá embaixo, chegamos no final da tarde .
 
    E decidimos ir para o camping montar as barracas, detalhe o camping fica à 12km da cidade via uma estradinha de terra com visual????? Acertaram: Deslumbrante!!!!

    No caminho encontramos o Marcelo Furzinato e Mônica com os toyoteiros do Comboio do Pastel (São Paulo) que estavam parados devido à problemas numa viatura, problema este que foi solucionado rapidinho...(não vou citar todos os nomes de todos do comboio, pois como não sou bom de memória, provavelmente esqueceria de alguém, me desculpem os “não citados”).

    Montamos as barracas e já aconchegados pela escuridão da noite voltamos ao centro de Aiuroca para o jantar (tivemos uma baixa, o Marcelo Montanhista ficou no Camping, afinal ele estava “na estrada” à 24hs!!!!!), no caminho encontramos o “Comboio Sangue Bão” (Rio de Janeiro) que chegava ao Camping. Jantamos no Restaurante do Léo, festejando também o aniversário da namorada do Samuel.

    Sábado às 6h30 da manhã presenciei um amanhecer inesquecível no Camping, onde pude ver o pico do papagaio ali, bem de pertinho, como se estivesse nos dando proteção e bênção. Voltamos para a cidade, para o café da manhã e abastecimento, para em seguida, começarmos o primeiro passeio oficial do Encontro Nacional dos Toyoteiros : O Retiro dos Pedros.

E dá-lhe poeira, (e o ar condicionado do Samucão não gelava mais...) estradinhas de terra com fortes subidas, foi quando comecei a perceber que o motor do Samucão não estava rendendo muito legal, não sei se fora a gasolina de Aiuruoca ou o carburador que comeu muita poeira das Bands, mas ele pedia reduzida toda a hora. Algumas paradinhas para fotos e “pits stop” começava a subida final, 
uma subida no inicio com pequenas pedras soltas e no final com grandes pedras soltas e forte inclinação.

    Neste ponto o Samucão que estava sem força nenhuma teve que subir na raça, ao contrário das Bands que subiam “na elegância” o Samucão parecia um cabrito desembestado...pelo menos diz a galera que o visual foi show! Meu cérebro quase saiu da cabeça de tanta chacoalhada. (aliás quem tiver fotos disso por favor me mande!)  (augusto.proenca@gmail.com)

    A volta transcorreu sem maiores problemas, afinal para descer todo o santo ajuda! No caso do Samuel, que não tem reduzida, além dos santos ajudarem foi feito um trenzinho de Bands, afinal nem todos os santos juntos seguram uma Band desgovernada ladeira a baixo!

    Mesmo com a tarde caindo, ainda foi possível parar em uma cachoeira paradisíaca, onde quem explorou mais achou até um riozinho para atravessar e fazer pose!

    Na subida o samucão serviu de Táxi para uma galera...;-). E na volta, a tradicional parada no Restaurante do Léo para o jantar, pois estávamos famintos!!!!!.

    Chegando ao camping, alguns enquanto esperavam “na fila do banho”, saboreavam uma deliciosa pinga com mel e queijinho mineiro, estávamos cansados, empoeirados, mas cada vez mais empolgados e sobretudo, unidos. Éramos já uma família.

    E o domingo amanheceu e bem cedinho já estávamos indo para o Retaurante do Leo a fim de tomarmos o café da manhã e partir para o último passeio “oficial” do encontro, “O Passeio pela Serra Verde”. 

    Com Toyoteiros e Toyotas devidamente abastecidos, partimos rumo à Alagoa e, só para variar... dá-lhe poeira!! ;-) foram cerca de 100 km por estradas de terra e trilhas e um visual lindíssimo. 


    Conhecemos outra cachoeira lindíssima um complexo de 3km de cachoeiras com 27 quedas d’água!!! 

    E o mané que vos escreve, manobrando o Samucão, bateu numa pedra e entortou a barra de direção, voltei com o volante deslocado 45 graus para esquerda.

    No retorno já com a escuridão da noite fizemos uma parada com os faróis desligados para curtir o céu impecavelmente estrelado, como uma colcha bordada por Deus, teve gente que gritou, subiu nas viaturas para ver melhor. Realmente aquele céu foi uma visão inesquecível. (tenho um adesivo no Samucão que diz: “Deus está em toda a parte é mas é no mato que a gente conversa.) Ainda deu tempo para descobrir os dotes de peão do Marcelo Terapia que se prontificou a tocar uma boiada para o comboio passar, a partir de então ficou conhecido por Marcelo "Mezenga" Terapia!)

    Após o jantar, voltamos para o camping para a nossa última noite, no amanhecer da segunda feira voltamos à cidade para o último café e despedida, ali então o grupo se desfez fisicamente, formamos um grupo menor que iria até o Parque do Itatiaia e o restante voltou para as suas respectivas cidades.

    Neste caminho para Itatiaia, acompanhei o grupo até depois de Alagoa, 

    Tivemos uns probleminhas com a nova suspensão helicoidal Extreme do Cássio que soltou uma porca (que pelo tamanho já era uma leitoa!!!) decidindo então voltar para São Paulo, pois o carburador do Samucão não estava muito bom, e não quis arriscar à atrapalhar a galera que subiria para o Parque do Itatiaia. 

    Voltei com o Seu José Hajj até Itamonte... No caminho, não sei como, acertei uma pedra gigantesca com a roda dianteira direita, que fez o Samucão pular meio metro!  Com a pancada a barra de direção voltou ao normal e de quebra o ar condicionado voltou a gelar!!!! (já a Marilda ganhou um torcicolo...) .

    Em Itamonte o Seu Jose Haji resolveu almoçar trutas (chique no úrtimo!!!), e eu comprei uns docinhos para a volta para São Paulo. A subida da serra e a descida após Itamonte é fantástica. Já na Dutra peguei um congestionamento monstro à partir de Taubaté. Um pouco antes de Santa Isabel, devido à um fusível queimado o meu painel apagou e eu fiquei sem luz de freio e lanternas... Chegamos em casa às 19h30, sãos, salvos e quebrados... ;-)

    Quando eu disse que o grupo se desfez fisicamente à três parágrafos atrás, é para frisar que esse grupo é indissolúvel nas lembranças eternas de cada participante desse encontro. O tempo vai passar, com algumas pessoas perderemos contato, a vida seguirá o seu curso natural, mas de uma maneira diferente, pois durante três dias, demos espaço para que pessoas “estranhas” nela, para supri-la de amizade, de amor e de paz. E isso, meus amigos, estará gravado e impresso para todo o sempre, isso ninguém haverá de tirar nós, nosso grupo estará ligado por amor, amizade, companheirismo como os tijolos de uma parede são unidos pelo cimento.

    E aquelas perguntas que ecoavam “Porque alguém vem da Bahia? De Curitiba? Ou de Goiânia????” Neste momento me fazem sentido: as pessoas vêm para doar o que nada custa e receber o bem mais precioso: A AMIZADE !!!!!

Obrigado(a), à todos

E um obrigado Especial: a Adalton e Elaine, (pela hospitalidade)
A Marcelo Furlinato e Duda (pela organização e eficiência)
A Marvilla (pelas fitinhas do Nosso Senhor ;-)

Augusto Proença & Marilda 


Photo Gallery: II Encontro dos Toyoteiros

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